sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Das noites frequentadas..

Acho que a época em que eu realmente comecei a frequentar baladas foi aos quinze anos. RG falso, claro. Os comentários do pós-balada eram - visto de hoje - sempre os mesmos, de como a balada foi foda e como foi bom fazer isso ou aquilo. Mas eu estava na verdade me esvaziando cada vez mais. Me lembro que numa noite daquelas, eu - na época com 17 anos - fiquei com um homem de 41, me insinuei, fui atrás, perguntei a idade, e beijei. Nunca soube seu nome. Na verdade, nunca cheguei a ver direito o seu rosto. O ambiente nunca muda, os corpos bonitos são os mesmos, os corpos feios também. O papo é o mesmo, aquela porra daquelas gírias são as mesmas. Bebidas alcoólicas descendo pela minha garganta, drogas pelo meu nariz, boca, sangue. Meu sexo devorado numa cabine de banheiro, e eu descendo para o último patamar. Porra.
Aquele ambiente de alegria - ou será que era somente eu, que, no fundo, não gostava? - tomado por homens, mulheres, jovens e 'velhos'. Um bando de filho da puta.
Eu via os caras que eu queria com outros enquanto eu bebia sozinho no bar, ou me drogava no banheiro torcendo para que todo esse consumo me matasse. Dançava ridiculamente pelas luzes, fingindo que, de repente, eu já não estivesse mais ali, e que alguém me levava pra casa. Eu era dono de uma lesão cerebral psicológica provocada pelo excessivo uso de drogas e bebidas ao longo daqueles dias, daquelas estações e daquelas músicas. Acho que eu queria que alguém me parasse, que alguém realmente se importasse. De qualquer forma, minha alma já deve estar quebrada demais para ser concertada.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Da situação que precisa mudar..

"Eu quero que vc fique serio com alguém, eu quero que vc encontre alguém que te valorize, que te faça bem, que te ajude a não se auto-destruir. Eu amo você."
Recebi isso ontem da minha prima, após ela ficar sabendo de mais uma noite de bebedeira e mais um final de semana de sexo. Vou contar, e que venham os tapas amargos e as palavras que machucam.
Antes.. um parêntese. Um amigo meu veio, ontem, me contar de como ele dá em cima das mulheres que trabalham com ele, e de como ele tem tesão em japonesas. O fato de ele ficar dando em cima de pessoas no ambiente de trabalho me deixou um pouco surpreso com o fato de sexo estar, realmente, em todos os lugares. Depois eu me lembrei do que fiz, e compreendi.
Bom.. ocorreu no dia quinze deste mesmo mês, sábado passado. Quando vejo essas meninas no escritório, é claro que tenho vontade de cair com a boca entre suas pernas.. mas ao mesmo tempo, também tenho vontade de arrancar a roupa dos meninos da produção. Fui convidado, então, a ir para uma grande chácara com algumas pessoas do local onde trabalho. No começo estava um porre, não suporto sol, grama, terra. E aquele monte de gente com roupa popular (lê-se barata), papo hétero demais, piadinhas chatas. Numa situação dessa eu só pude beber pesadamente para tentar, de alguma forma, suportar aquilo. Enfim, vou pular a parte chata que foi arrancar a roupa e entrar na cachoeira, dar em cima das caras, das moças, beber beber e beber. Fiquei extremamente arrogante e folgado, exigindo tudo de todos, falando com superioridade, achando tudo muito chato.. acho que a falta de 'ação' me irritou a esse ponto. Chego num cara da produção, moreno, 35 anos, barriga trincada, e falei que ele era gostoso. Manipulei uma situação. Agarrei ele no banheiro, e tranquei ele na cabine.. infelizmente não rolou nada (até aquele instante, claro!) Do resto não me lembro muito. Quando cheguei na cidade, paramos numa padaria pra beber mais.. um desconhecido chamou a mim e a uma amiga para fazer sexo a três. Se minha amiga fosse um pouco melhor eu até iria.. mas não era meu objetivo naquele dia. No final eu estava dentro do banheiro da padaria, transando com o moreno. Sua mão na minha cabeça, a minha em suas pernas, nosso sexo um contra o outro numa batalha de fluídos. Suas palavras, meu jeito bêbado e aquele ambiente sujo. Muita coisa aconteceu dentro daquele banheiro, menos beijo (ok, uns dois somente.). Mesmo trabalhando no mesmo local, não o vi até agora.. com vergonha (medo?), ele foge.
I think I better keep it in check or I'll end up a wreck and I'll never wake up.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Das quarenta e duas horas sem dormir..


Semana passada um amigo da faculdade me falou: 'Deus deve te amar muito'. Ele se referia ao que aconteceu no final de semana do dia 30 de Agosto de 2008 - sábado. Não tenho uma fixação por final de semana pois na verdade saio mais durante a semana do que nos finais. Fazia um bom tempo - aproximadamente 1 ano - que eu não ia para baladas voltadas para o público GLBT, minha maior diversão era (ok, ainda é de certa forma!) caçar heteros em bares e baladas, misturar pessoas na cama. Confundir desejos, confundir o sexo, mesclar sensações. Entrava na mente. De qualquer forma naquele final de semana eu estava decidido a [me] destruir. Roupa cara, base, corretivo, pó compacto, lápis, rímel, sombra.. um rosto perfeitamente desenhado para esconder o que tem de podre. Dez horas da noite, algumas cervejas. Cocaína na esquina. Sete anfetaminas na fila da balada e mais bebida. Lá dentro todos os tipos e estilo, garotos se beijando e garotas se pegando. Ecstasy? Deixei pra última hora e não achei. Viado, bicha, sapatão, drag queen e travesti. Putas, Go-go boys, garotos de programa. Aquela música alta mascarando o ambiente. Uma imensidão de pessoas para se cumprimentar, coisas para se olhar. Ver e ser visto - acho que dá para ter uma idéia do porque eu enjoei. Cocaína e mais cocaína, banheiros sujos e cheios de fotos de pintos e peitos. Cerveja, absinto, whiskey, vodca, licores.. mais cocaína, vamos! Área VIP, bundas, pernas, beijos e corpos que vinham e iam, se mexiam e me mexiam.
Saí da balada as oito da manhã e passei num supermercado para comprar duas caixas de cerveja, depois fui pra casa da minha prima. Ficamos bebendo - e eu cheirando no banheiro da casa, disfarçando pra minha tia evangélica não perceber - até as três horas da tarde. Depois disso.. [broken] Home! Um banho para - de certa forma - tentar limpar a sujeira que eu sou, cabelo feito e roupas bonitas para [me] enganar ainda mais. Direto para o bar de um amigo e mais cerveja, caipirinha, tequila. Não fodi com ninguém naquele final de semana. O resultado de tudo isso foi sentir meu corpo fraco e desidratado.. e a grande quantidade de dinheiro gasta com drogas. How far will I last?

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Da minha temporada nos motéis..


Foram três meses frequentando motel. Diversos quartos, formas, camas, lençóis. Sexo no sofá, na cama, no chuveiro, no chão, na mesa. O que eu realmente me arrependo é de não ter - em nenhum momento - cheirado cocaína antes de trepar com ele. Hábitos meus que ele reprovava. Mas fiz, certamente, bom uso do meu humor alcoólico. Começamos a nos relacionar dois meses antes de eu fazer dezoito anos. Eu dezessete, ele vinte e sete. É incrível o poder que uma carne jovem tem, não?!
Ele sempre me tratou muito bem, me desafiava em jogos mentais pelos bares que percorríamos durante a noite. E terminava a madrugada percorrendo o meu corpo, dentro do meu corpo, através do meu corpo.
Espelhos no teto, na parede refletiam as nossas formas se encontrando, entrando um no outro, se atravessando. As vezes ainda sinto o cheiro daquele maldito perfuma barato que ele usava.
Enfim, em uma certa ocasião eu comecei a gostar dele, e fui homem para assumir e falar isso para ele. Todavia, a verdadeira não era recíproca, e como ele mesmo me disse, ele só queria sexo. Minhas atitudes destrutivas fazem com que eu queira me acabar - bebo, uso drogas, entrego meu corpo a desconhecidos, enterro minha alma. Dormi naquela noite mastigando a idéia de que era somente sexo. Me permiti viver isso e trepei como um animal no cio. Para quem não sabe - I'm straight up BDS&M, babe. Ele era forte, malhava, tinha braços e costas enormes, embora não era somente isso que fosse grande no seu corpo.
Fazíamos todas as posições, molhávamos a cama com suor, saliva e gozo. Éramos dois animais brigando. Um dia ele começou a gostar de mim, e um dia eu cansei. Não tinha mais prazer naquele beijo, naqueles braços. Não queria mais aquele cheiro, me cansei do gosto do seu pau. Já tirei tudo o que podia tirar dele, e mesmo ainda estando ao meu alcance, prefiro que ele vá.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Da virgindade perdida..

Na época em que isso aconteceu eu certamente sabia que não me sentia preparado para nada daquilo, mas mesmo assim eu sabia que eventualmente algo aconteceria, portanto, por que estender se eu podia simplesmente abrir as pernas e acabar com tudo isso?
Eu tinha treze anos, quase quatorze - ou na verdade eu já tinha quatorze, não me lembro! Ele tinha 23 anos e eu o havia conhecido a pouco mais de um mês através da Internet - pois é. Não consigo ficar muito tempo na Internet sem ver conteúdo pornográfico, e é melhor se tem alguém pra te falar palavras sujas, pra te lamber o sexo e perturbar a imaginação. Decidi me encontrar com ele perto de casa mesmo. Como disse eu era virgem e não tinha ficado com muitos garotos, estava um pouco assustado mas não demonstrava, ele não podia perceber minha insegurança, meu medo. Nos cantos escuros por onde passamos ele me pedia pra levantar a camiseta, queria ver meu corpo, queria me tocar - o que me lembrou um vampiro sedento por sangue, apreciando sua refeição para próprio deleite. O saldo daquele dia foi um lábio cortado, minha língua machucada pela sua voracidade, e uma boa chupada.
Nos encontrávamos todos os finais de semana e mesmo ele me falando dos outros meninos que pegava e me descrevendo o que faziam.. eu tinha uma necessidade de ficar ao lado dele. Ele foi minha doença favorita, e eu não queria me curar. O jeito como ele me colocava pra baixo e ao mesmo tempo me enaltecia me hipnotizava.
O sexo só foi acontecer um mês depois, dois talvez. Foi tudo muito simples e por isso não vou escrever muito. Coloquei ele dentro da minha casa quando meus pais saíram. Sentado na minha cama ele abaixou minha calça, me chupou.. tocou minhas pernas e entre minhas pernas. Me beijava, me acariciava.. Não lembro se ele me fez chupá-lo aquela noite, mas lembro de ele jogar seu corpo contra o meu, de entrar em mim. Não senti dor, mas também não senti prazer.. fiz aquilo pra ter certeza de que voltasse na semana que vem. O que se sucedeu nos outros meses foram uma série de marcas de mordidas e carne violentada. Enfim, minha verdadeira virgindade eu havia perdido bem antes daquela noite. Não sei se entenderão.