domingo, 20 de dezembro de 2009

Por minha culpa.. por minha máxima culpa..

Rasguei aquelas palavras, comi todas as paginas e digeri meus sentimentos.

Naquela manhã de domingo desci direto na McPherson Square e percorri a Vermont Avenue até chegar naquele prédio. Era a terceira vez que entraria naquele quarto, mas pra mim ainda parecia ser a primeira - o teor alcoólico do meu sangue nas minhas primeiras visitas fez com que eu esquecesse importantes detalhes. Eram 8 horas da manhã, e ele estava pelado, me esperando em lençóis brancos. Me colocou champagne e descobriu seu corpo, me mostrando sua pele. O sol que entrava pela janela e iluminava aquela cama, que esquentava aquele cheiro.

Me deitei ao seu lado e não falamos nada, apenas bebemos olhando um para o outro. 'Cadê a camisinha?' falei com minha voz amanhecida após terminar de beber mais uma taça de champagne.

Foram poucas as posições, mas foram longas as horas. Foi demorado o gozo. A luz do dia arrombava a privacidade daquele quarto, cegando minha memória, deixando tudo branco.. igual ao líquido que derramava no meu abdómen, nos seus lençóis. Pernas pra cima e para o lado, dentro e constante. Firme. Não conseguia falar nada, apenas fazia o que tinha que ser feito. Segunda garrafa de champagne e alguns cigarros. A terceira garrafa explicou o silêncio e confortou a foda. Cheiro de pelo, cheiro de pernas, braços, suor.

Saí de la ao meio-dia e fui almoçar no Annie's, um famoso restaurante na 17th Street. No bar do restaurante, depois de alguns drinks, acabei dando em cima de um cara de 42 anos, e fomos para o apartamento dele beber mais. Arranco minha roupa e faço ele me tocar, faço ele arrancar minha cueca. No meio de tudo ele pergunta se eu gosto de Poppers, e eu só podia responder que sim, mesmo que nunca tivesse chegado perto dessa droga. Minha primeira experiência seria ali, pelado, na cama de um desconhecido, em outro país.

Ele coloca um pequeno vidro com um líquido no meu nariz e faz com que eu inale. Na verdade ele não fez nada, eu que fiz. Levantei com medo, extremamente desorientado, dopado demais pra foder, me segurando para não cair. Não conseguia andar direito e minha visão estava prejudicada, mas de alguma forma consegui colocar minha roupa e ir embora.

No metrô de Washington DC voltei chorando pra casa. Voltei sujo de álcool, drogas. Me sujei com
fluídos alheios, com minhas lágrimas, com minha auto-destruição.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Da primeira parada gay e das 5 gramas de cocaína..

Naquele ano a Parada gay foi realizada num sábado. Não me lembro bem ao certo como cheguei na Avenida Paulista, mas me lembro de sair do metrô e ver aquele sol das 2 horas da tarde através dos meus óculos escuro. Já tinha um pouco de álcool no sangue e 2,5 gramas de cocaína em um bolso. Com as 2,5 gramas que ela carregava, então tínhamos 5. Fomos percorrendo a Paulista, até chegar ao Bob's - onde conheci e beijei os integrandes da antiga banda Mister Superstar. Não consigo me lembrar direito dos meus passos durante o dia.. Só me lembro da cocaína usada nos banheiros químicos, das pessoas que comprei com o meu pó branco. Aquelas calças, calcinhas e cuecas que se vendiam. Aquele corpos tão acessíveis. Era meu prazer esfregar mão, língua e sexo.. hoje me parece tão bobo. Extremente desorientado pela Consolação, com garrafa de vinho, cervejas e banheiros sujos. Sujos por líquidos, pela minha droga, e pelo sexo feito.
Esfregava meu abuso de droga na cara de qualquer pessoa que estivesse disposta a ver. Cherei, cherei e cherei. Fumei aquela droga e lavei minha boca com álcool, saliva e fumaça.
Anoiteci de alguma forma na Augusta, na padaria ao lado do Outs, onde encontrei com a cantora Pitty e ofereci uma linha de droga e o corpo da minha amiga - ela disse algo sobre estar acompanhada. You know what, that's enough - so shitty!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Willian..

Deve fazer um ano que não nos falamos.. No começo do ano eu ainda conseguia sentir o seu perfume, hoje não mais. Não existia um sem o outro, e também não existia limite no encontro. Não tinha linha nem contorno, pois era um só. Nós éramos português, inglês, francês e alemão. Ele me amava e eu o destruía com boca, dente e saliva. Amarrava seus braços e vendava seus olhos, e então ele estava entregue. Minha perna acariciava sua pele, e o atrito era incrível, o não-atrito melhor. Nossa líquido quente lubrificava qualquer movimento que inventássemos. Seu perfume quebrava as paredes da minha casa, e o que eu queria era devorá-lo. Seu piercing, seus pêlos, meus dedos.

Cheirava sua carne e sua perna como um animal louco no cio. Queria derramar todo o seu sangue na minha cama e me manchar com sua falta de interesse, com sua forma de amar, para que depois eu pudesse descansar em paz. Foi preciso tirar tudo dele. Foi preciso dar tudo pra ele. Transformei em oferenda e provi dos melhores vinhos, lugares, pessoas. Fui gozo certo e garantido. Me transformei em mente, literatura, álcool e corpo. Éramos cocaína na minha estante, ele de cueca no meu sofá. O coração batendo forte, a droga no cérebro e a garrafa de bebida em algum lugar. Pó branco que nos sujava.
Minha embriaguez acabava com qualquer lembrança das conversas noturnas. Querer namorar não bastava. Nos meus discursos eu manipulava, mas eu precisava mais dele do que ele de mim. Se afastou. Ou talvez eu o tenha afastado. Não sei com qual finalidade..
Vai embora, eu não me importo. Fica, por favor.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Do finalmente..

"Algumas vezes eu fiz muito mal para pessoas que me amaram. Não é paranóia não. É verdade. Sou tão talvez neuroticamente individualista que, quando acontece de alguém parecer aos meus olhos uma ameaça a essa individualidade, fico imediatamente cheio de espinhos - e corto relacionamentos com a maior frieza, às vezes firo, sou agressivo e tal. É preciso acabar com esse medo de ser tocado lá no fundo. Ou é preciso que alguém me toque profundamente para acabar com isso" - Caio Fernando Abreu



Recebi esse trecho duas semanas atrás de alguém que me conhece muito bem. Seja bom ou ruim o que o texto fala, sou eu. Destilado das minhas atitudes e medos.
Me lembro - desde que comecei com muitas coisas - a dizer que eu iria parar quando alguém realmente me amasse e me pedisse. Engraçado como eu acreditei mesmo nisso. Mas e se ninguém nunca aparecer, isso quer dizer que eu, então, nunca vou parar? Quando se tem certeza de que chegou ao limite? E se não existe limite? Acorda, caralho, ninguém vem.
Era sábado, dia 2 de maio, e eu tinha duas festas que deveria comparecer - uma num bar, outra numa casa. Perfumes caros e roupas boas não combinam com boca de fumo e conversa de traficante. Que se foda, eram apenas algumas notas de 10 reais.
No bar eu virei alguns copos de cerveja e uma caipirinha de vodca e maracujá. Falei com poucas pessoas e não me despedi de ninguém, apenas levantei e saí. De táxi fomos, eu e uma amiga, até a festa.
Saco, o ambiente nunca muda. Muitas pessoas de diferentes estilos se espalhavam pela varanda, sala e cozinha. Dentro do banheiro se ouvia a musica alta enquanto gordos, gays, princesinhas e policiais fodiam seus próprios narizes com aquela droga branca, melhor da amarela. Pia, pó, dinheiro enrolado, pra dentro, cigarro no pó cigarro na boca, cerveja e vodca.
A única coisa de diferente na festa foi a presença dela, com suas roupas e seu novo cabelo. Como eu queria entrar naquele corpo e acordar dentro dela. Rasgar suas roupas, comer o seu gosto. Mas só de estar ao lado dela já era incrível. E embora eu estivesse morrendo de medo de que ela percebesse o que estávamos fazendo, eu acabava sempre voltando.
As seis da manhã, visivelmente desorientado, hora de voltar pra casa. Não. Perfumes caros e roupas boas não combinam com boca de fumo e conversa de traficante.Sabendo que ninguém vinha, que ninguém chegaria tão logo, eu precisava - de uma forma ou de outra - parar o quanto antes.
Me bate, por favor. Eu sempre soube que eu só pararia quando algo mais sério acontecesse comigo. Mesmo aos 13 anos, dentro de carros desconhecidos, entre vinho barato e fumaça de crack, isso não me parecia tão perigoso assim. Por favor, me bate! Não me lembro da dor, na verdade me lembro de ter sido gostoso.. mas me lembro da minha língua limpando meus lábios, da minha mão com sangue e do travesseiro manchado.
Isso precisava acontecer para que eu então percebesse o que tenho feito durante um certo tempo. Precisei fazer isso.
Agora eu minto pra você, para que não tenho que saber que sempre teve razão e que eu realmente não valho nada. E minto também pra você não precisar saber das minhas burradas e se decepcionar, e acredite, pela primeira vez eu me arrependo do que fiz - e nunca antes. Acho que faço porque uma dor anula a outra, porque ninguém me ama.. Na verdade, nem eu me amo, acho.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

twentyfuckin'one.

Quarenta minutos foi aproximadamente o tempo que eu levei pra me arrumar, enquanto me dosava com álcool. Uma roupa que te deixe gostoso, álcool, cabelo e álcool. Saí da minha cidade as 19:40 de sábado - 4 de Abril - para comemorar meu aniversário na Bubu em São Paulo. Um gozo que saía do meu peito - tamanha excitação - eu poderia me deitar com o mundo naquele momento.
Cheguei na Brigadeiro para pegar cocaína de uma lésbica riquinha. Sessenta reais gasto num bom pó. A Rua Augusta lotada de gente que não presta. Tatuagem, piercing, rock, bicha e vagabundo. Língua, pau e bunda.
Subimos até o apartamento de uma amiga - uma cama, um banheiro, um quadro do Bob Dylan e outro do Johnny Cash e June Carter - e no banheiro eu enrolava uma nota de cem reais e cheirava a droga no armário do banheiro.
Nove pessoas numa pequena sala, caipirinha e cerveja nos copos. O cheiro da Augusta. Um pouco de Vodka no Carniceria, duas garrafas de champagne num buteco qualquer. Meia-noite: "Feliz Aniversário, filho da puta". Minha vodca, minha farinha, meu cigarros começavam a fazer efeito. Banheiro sujo de bar de rock, nota cara, RG velho.
Na Bubu todas as luzes, os sons e as pessoas. Homens bonitos, mulheres magras. Fazia incríveis viagens às cabines do banheiro. Derretia meu corpo, pulava, girava, era pego. Masturbava minha língua de álcool em algumas bocas. Desenterrava mãos para o meu prazer, provocava erupções para o gozo alheio. Percorri o corrimão do segundo piso com meus braços, meu jeans e com os olhos que me acompanhavam. Bombados, magros famintos. Banheiro álcool cigarro. Álcool álcool banheiro. Balada, porra!
Passei meu domingo acordado. Duas ou três horas de sono no máximo. Ainda tinha cocaína, então eu continuava indo ao banheiro. Cerveja, Ice, cafés e cigarros numa Augusta que chove, numa Augusta pobre e feia.
Quando entrei no ônibus para voltar pra casa, por volta das nove horas da noite de domingo, chorei uma hora sem parar escutando "I'll be yours" do Placebo. Pensando na idade que chegou e na noite que insiste em não parar. Na solidão do final, do final que chega. Pensando no que precisa parar antes que eu morra.. wake up, wake up.

quinta-feira, 26 de março de 2009

O que não tem decência nem nunca terá..

Nada de novo no front. Neste último sábado (21) estive na festa de um grande amigo num clube na cidade onde moro. Bonito, com uma boa área verde, piscina. Mas foda-se tudo isso porque isso era o que menos me interessava. Estava com vontade de entrar nas calças do loiro na minha frente. Boa bunda e abdómen, eu imagina suas pernas com poucas pelos, magras e duras. Eu me imaginava arrancando sua carne. E eu lhe daria de beber.
Na minha mesa estavam alguns gerentes e funcionários de típicas lojas de shopping - Forum, Colcci, Levi's. Não que sejam melhores, mas são apresentáveis. Não que tenham muito me acrescentar, mas certamente possuem bocas, mãos, porra e sangue. Ahn sim.. droga. Havia droga.
Cocaína, pra ser mais exato. Muita cocaína. Era instigante ver aquelas pessoas 'fodas' se fodendo no meio dessa substância. Bebendo Wiskey, perfumes caros, fumando Narguilé.. nada impressionava quando você vê alguém ajoelhado no chão de um banheiro, enrolando desesperadamente uma nota de 50 reais, com olhos frenéticos.
Viado, viado, puta, bicha que come buceta, ex-cultuadores White Power.
A madrugada foi entrando, e minhas viagens à cabine do banheiro se tornavam cada vez mais constante. RG, cartão de crédito, dinheiro, uma carreirinha, duas carrerinhas, cheira, sente, lambe, fuma, amortece.. morde morde. Star again.
Embora tivesse uma quantidade considerável de pessoas, eu não comi ninguém. Não coloquei meu pau na língua de ninguém.
Não estava procurando por isso. Estava com aquela que realmente valia a pena. Estava com a única que eu sempre quis e a que por anos quero. Infelizmente a namorada lésbica dela estava lá. Me senti feliz por tê-la visto, e mais feliz ainda pelo beijo de despedida. Não sei quando encontrarei com ela novamente e me sinto nervoso quando perto dela. Quero tratá-la bem, enaltecê-la.. e por ela, certamente, eu largaria tudo.



ps. Odiei o texto que acabei de escrever.


ps 2. Mudei meu planos. Irei - no dia 4 de Abril - comemorar meu aniversário no Z Carniceria e na Bubu Lounge logo em seguida. Um beijo em qualquer parte do corpo para quem conseguir me achar.

terça-feira, 10 de março de 2009

O que não tem censura nem nunca terá..

Eu posso muito bem continuar seguindo e 'evoluir' - O que é evolução mesmo? - de modo deixar todos que não possuem porra nenhuma de conteúdo para trás. Eu só não sei se eu realmente quero isso. Acho que eu sempre estive em depressão - ou sempre fui muito propenso a estar - só nunca fui diagnosticado, mesmo tendo frequentado um consultório de psicologia por 1 ano e meio. No fundo eu gosto de sofrer, admito. E acho que é disso que eu vou morrer.. porque uso isso a todo momento para me matar.
Chegou mais um sábado e eu juro que pensei em ficar em casa. Mas porra, não dá.. não deixam!
Eram cinco hora da tarde quando saí de casa para encontrar minha prima no shopping, e nós passamos a tarde toda bebendo chope. Depois disso seguimos para um bar podre ao lado... vodka com energético. Naquela hora - 10 horas da noite - eu ainda conseguia disfarçar o consumo de álcool. Fui pra casa tomar banho quando o telefone toca e um carro com amigos para na porta da minha casa. Entrei e seguimos para o bar de uma conhecida minha. Ex- Suicide Girl. O bar estava lotado de pessoas de diversos estilos - Hard Rock, Hardcore, Punkrock, Indie. Eu estava mais é querendo fuder com a cara de qualquer garoto - ou garota, que seja - que viesse com aquela falsa pose, a maquiagem barata. Caralho, por que eu ainda vou pra esses lugares?
Eu estava agindo de maneira abrasivamente arrogante enquanto caminhava de um ambiente para o outro, passando de uma luz para a outra. Somente pegava os copos que passavam perto de mim, admirando aquelas bundas se movimentando, o modo que aquelas bocas falavam. Podia ver o batom borrado na minha perna, no meu pau. Alguma mão masculina arranhando meu corpo. Aqueles meninos.. queria muito comê-los, mudar o sangue deles de lugar.
De lá eu fui para outros bares, e fui prepotente com outras pessoas. Esfreguei meu dinheiro na cara de outros. Comprei cocaína no local mais perto. No banheiro eu peguei esposa, marido, mulher, bicha. Aproveitei inteiramente da imagem que eu criei ao meu redor.
Quando eu acordei eu acho que a cocaína devia estar no meu nariz ainda.. fazendo efeito aos pouco. Acordei num fogo insuportável. Depois de passar no supermercado pra comprar cerveja, vodka e energético eu fui para o hotel em que os estrangeiros da empresa em que trabalho estão ficando. Resultado: Bebi, fumei, falei besteira e agi como se eu fosse o dono de tudo e de todos. Pensando bem, nada tão diferente assim... nada que eu já não tenha experimentado antes.
Me questionaram várias vezes o 'por quê' dessa bebedeira, o 'por quê' de eu fazer questão de afastar as pessoas de mim. Acho que simplesmente não suportaria a ideia de ver alguém me deixando, de ficar sozinho no final. Sim, eu sei... não precisa falar.

P.S. Dia 5 de Abril comemoro meus 21 anos. Irei - provavelmente - celebrar dia 4 no Clube Glória, mas antes devo passar num bar chamado Geni.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Do show da Madonna e do quarto de hotel..

Cheguei na quarta-feira - 17 de Dezembro - por volta das 22 horas para ficar no apartamento de um amigo na Brigadeiro, uma travessa da Paulista.Como ele não estava fiquei bebendo vodca com água de coco enquanto conversava com os outros caras que moram com ele. Assim que ele chegou nos fomos mudar maconha na frente de um quartel - acredito que aquilo era um quartel - que fica entre o seu apartamento e o Parque Ibirapuera. Voltando ao apartamento, depois de um ótimo banho acabei deitando pelado em cima de um dos caras que lá moram e toquei sua perna, beijei seu rosto, peloquei minha mão detro do seu short - fui expulso. Bêbado, alto, com malas parado no meio da Brigadeiro e sem ter pra onde ir. Acabei parando num hotel bem vagabundo, pequeno e podre. Eu escutava gemidos nos quartos ao lado enquanto tentava dormir.
Acordei na manhã seguinte para o show da Madonna no Morumbi. Encontrei com alguns amigos de Porto Alegre em frente a estação Brigadeiro e fomos tomar um café - o meu com whiskey!Na fila do show foi aquela putaria toda de beijo, mão na bunda, no pau.. sexo dentro do banheiro - não foi o banheiro químico, foi no de uma casa! Aquele viado adorava me chupar, e eu pressionava sua cabeça contra aquilo que ele queria.Passei meu pós show e o dia seguinte bebendo muita vodca e conhaque dentro daquele quarto pequeno. Pela janela que eu deixava um pouco aberta saía a fumaça do meu cigarro, o cheiro do meu gozo e do meu suor. Aquelas musicas na televisão, o filme pornô em outros canais e a minha postura bêbada tinham uma certa harmonia. Pela janela eu podia ver os carros e pessoas passando enquanto eu me protegia de tudo com o meu vício, com a minha fome auto destrutiva. Na noite do dia 19 - sábado - fui até A Loca. Dentre aquelas bebidas e aquela música o que eu fiz foi arrancar a roupa enquanto o meu amigo de Porto Alegre me masturbava com sua mão por dentro da minha cueca, me abraçando por trás. Outras mãos me tocaram - mas felizmente eu percebi o que estava fazendo e coloquei as roupas novamente. Ele me falou que estava com tesão - eu não estava com tesão nele - mas disse que sim e entramos num táxi direto para o hotel. Transamos durante umas 3 horas no chuveiro e na cama. Aquele cheiro de cigarro e as minhas garrafas espalhadas pelo chão. O lugar estava uma bagunça mas desde que eu gozasse então já não me preocupava mais. Devido ao excesso de álcool consumido eu não me lembro muito bem das posições e nem da sensação. Esse será, então, uma lembrança só dele.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Do melhor amigo e da fábrica abandonada..

Nós já havíamos beijado algumas vezes na minha casa antes, ao meio de muita pinga e Björk - coisas que eu confesso, não combinam! Eu o conheço desde os 15 anos, meu melhor amigo - ainda que estejamos um pouco distante atualmente. Me apaixonei pela sua voz, seu cabelo comprido e bagunçado. Amei o seu gosto por bebidas e música. Me ensinou a tocar violino e tirava a roupa na minha frente. O jeito como ele se tocava e o seu corpo heterossexual me faziam chorar.
Ele me entendia, ouvia e me afrontava com suas perguntas. Pediu para experimentar meu beijo e meu toque. E por mais que eu o beijasse, e por mais que eu manchasse seu corpo com minha mão suja de experiências passadas, eu nunca consegui realmente tocá-lo.
Aos dezoito anos nos encontramos numa das - podres - praças que eu frequentava nas minhas madrugadas. Meu ar arrogante afetado pelo álcool e drogas não parava de encará-lo. Agarrei uma menina e comecei a me esfregar nela na frente dele, convidando-o a se juntar. Peguei no seu pau, na sua bunda. Lambi sua orelha e puxava seu cabelo.. caralho, eu só tinha que fazer o que eu ainda não havia conseguido fazer.
Eu, ele e duas meninas fomos para o que sobrou de uma fábrica - naquela época em reforma -, pulamos o muro e no meio do pátio começamos a nos agarrar. Não me lembro bem de como, mas em certo ponto já estava deitado naquele chão sujo enquanto as duas meninas estavam transavam mais ao lado.. Eu aproveitava o gosto salgado dele, o gosto usado dele. Ele descobria o meu corpo e se excitava. Somente naquele instante eu estive dentro dele, mas posso afirmar que estive. Depois de algum tempo arrancando peças de roupas, mordendo e degustando eu fui embora e deixei aquelas garrafas para trás. Deixei aquele povo que não dorme, deixei a lua.. voltei pra minha cama, mas uma vez sujo.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Dos meus remédios..

Sempre gostei de saber exatamente o que eu estava usando, e como isso iria me comer por dentro. Eu podia ver claramente isso corroendo tudo aquilo que tocava, destruindo meus órgãos e manchando meu sangue.. como um fungo crescendo dentro de mim.
Quando eu tinha 14 anos eu era um especialista em remédios. Sabia quais usar, sabia qual era a dosagem certa, decorava nomes e 'ares'. Por favor, não estou falando em usar remédios com sua verdadeira finalidade - curar.
Eu curava - isso sim - era meu tédio com misturas de anfetaminas, ansiolíticos, anticonvulsivantes e álcool. Eu queria atingir um grau em que eu entrasse em outro lugar, que me fizesse esquecer do que via, do que sentia, do que não passava.
Naquela época estava longe de possuir o poder aquisitivo que hoje tenho, usava roupas que hoje já não usaria mais. Da minha boca saiam gírias que hoje não saem mais.
Estava com uma amiga e íamos encontrar meu ex - aquele que havia me levado na festa do traficante. Passamos na farmácia - anfepramona, berotec, benflogin, rivotril. Misturamos com muita cerveja, muito vinho.. Moíamos o remédio, cheirávamos tudo de uma só vez. Me lembro que deveria ser umas 16 horas da tarde, numa praça no centro da cidade, com aquele sol relativamente forte.
Bebemos durante horas, e ingeríamos mais e mais remédios. Fomos parar na casa do meu ex para pegarmos remédios para câncer, que a vó dele - hoje falecida - tomava. Tomamos uns e cheiramos outros, bebemos mais. Provavelmente eu devo ter tentado transar com ele, mesmo tendo pessoas no quarto, assistindo cada cena que eu protagonizava. Hoje, vejo que nem que eu quisesse eu teria conseguido devido ao meu estado. Me lembro de chegar em casa visivelmente desorientado, dançar na sala num pico de energia. Acordei no dia seguinte não entendendo nada do que as pessoas me falavam.. as vozes distantes, as imagens como que irreais. Foram dois dias fora do meu estado normal de consciência - e sim, o conjunto das minhas experiências devem ter deixado marcas no meu corpo, não só da violência provocada e sofrida mas também do consumo desenfreado daquilo que fode, que machuca. Do meu auto-consumo.