sexta-feira, 5 de junho de 2009

Willian..

Deve fazer um ano que não nos falamos.. No começo do ano eu ainda conseguia sentir o seu perfume, hoje não mais. Não existia um sem o outro, e também não existia limite no encontro. Não tinha linha nem contorno, pois era um só. Nós éramos português, inglês, francês e alemão. Ele me amava e eu o destruía com boca, dente e saliva. Amarrava seus braços e vendava seus olhos, e então ele estava entregue. Minha perna acariciava sua pele, e o atrito era incrível, o não-atrito melhor. Nossa líquido quente lubrificava qualquer movimento que inventássemos. Seu perfume quebrava as paredes da minha casa, e o que eu queria era devorá-lo. Seu piercing, seus pêlos, meus dedos.

Cheirava sua carne e sua perna como um animal louco no cio. Queria derramar todo o seu sangue na minha cama e me manchar com sua falta de interesse, com sua forma de amar, para que depois eu pudesse descansar em paz. Foi preciso tirar tudo dele. Foi preciso dar tudo pra ele. Transformei em oferenda e provi dos melhores vinhos, lugares, pessoas. Fui gozo certo e garantido. Me transformei em mente, literatura, álcool e corpo. Éramos cocaína na minha estante, ele de cueca no meu sofá. O coração batendo forte, a droga no cérebro e a garrafa de bebida em algum lugar. Pó branco que nos sujava.
Minha embriaguez acabava com qualquer lembrança das conversas noturnas. Querer namorar não bastava. Nos meus discursos eu manipulava, mas eu precisava mais dele do que ele de mim. Se afastou. Ou talvez eu o tenha afastado. Não sei com qual finalidade..
Vai embora, eu não me importo. Fica, por favor.