quinta-feira, 9 de abril de 2009

twentyfuckin'one.

Quarenta minutos foi aproximadamente o tempo que eu levei pra me arrumar, enquanto me dosava com álcool. Uma roupa que te deixe gostoso, álcool, cabelo e álcool. Saí da minha cidade as 19:40 de sábado - 4 de Abril - para comemorar meu aniversário na Bubu em São Paulo. Um gozo que saía do meu peito - tamanha excitação - eu poderia me deitar com o mundo naquele momento.
Cheguei na Brigadeiro para pegar cocaína de uma lésbica riquinha. Sessenta reais gasto num bom pó. A Rua Augusta lotada de gente que não presta. Tatuagem, piercing, rock, bicha e vagabundo. Língua, pau e bunda.
Subimos até o apartamento de uma amiga - uma cama, um banheiro, um quadro do Bob Dylan e outro do Johnny Cash e June Carter - e no banheiro eu enrolava uma nota de cem reais e cheirava a droga no armário do banheiro.
Nove pessoas numa pequena sala, caipirinha e cerveja nos copos. O cheiro da Augusta. Um pouco de Vodka no Carniceria, duas garrafas de champagne num buteco qualquer. Meia-noite: "Feliz Aniversário, filho da puta". Minha vodca, minha farinha, meu cigarros começavam a fazer efeito. Banheiro sujo de bar de rock, nota cara, RG velho.
Na Bubu todas as luzes, os sons e as pessoas. Homens bonitos, mulheres magras. Fazia incríveis viagens às cabines do banheiro. Derretia meu corpo, pulava, girava, era pego. Masturbava minha língua de álcool em algumas bocas. Desenterrava mãos para o meu prazer, provocava erupções para o gozo alheio. Percorri o corrimão do segundo piso com meus braços, meu jeans e com os olhos que me acompanhavam. Bombados, magros famintos. Banheiro álcool cigarro. Álcool álcool banheiro. Balada, porra!
Passei meu domingo acordado. Duas ou três horas de sono no máximo. Ainda tinha cocaína, então eu continuava indo ao banheiro. Cerveja, Ice, cafés e cigarros numa Augusta que chove, numa Augusta pobre e feia.
Quando entrei no ônibus para voltar pra casa, por volta das nove horas da noite de domingo, chorei uma hora sem parar escutando "I'll be yours" do Placebo. Pensando na idade que chegou e na noite que insiste em não parar. Na solidão do final, do final que chega. Pensando no que precisa parar antes que eu morra.. wake up, wake up.